quarta-feira, 19 de maio de 2010

Desejo

De desejo somos

A vida, sem nome, sem memória, estava sozinha. Tinha mãos, mas não tinha em quem tocar. Tinha boca, mas não tinha com quem falar. A vida era uma, e sendo uma era nenhuma.

Então o desejo disparou sua flecha. E a flecha do desejo partiu a vida pela metade, e a vida tornou-se duas.

As duas metades se encontraram e riram. Ao se ver, riam; e ao se tocar, também.


Eduardo Galeano

Hoje me emocionei tanto quando li este texto...
Bem, claro que pensei no amor mas, não pude deixar de sentir que também se aplica ao que ilumino quando vou me alimentar.

Um comentário:

Sylvia Braconnot disse...

que lindo este poema! Tanto qt todas as últimas de suas invenções. aarasou na empadinha. Tá com uma cara boooa.
Syl