quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Azeites

Gosto de passar o tempo tentando aprofundar minha capacidade de observar as coisas. Quando fui convidada a fazer o curso de sommelier de azeites do Senac, fiquei feliz com a possibilidade de melhorar minhas percepções para este ingrediente tão cheio de histórias.
Durante toda minha infância, minha mãe, que é uma excelente cozinheira, dizia: "nada como um bom azeite para finalizar um prato..." e usava um azeite portugues, muito mais caro do que as outras ofertas que estavam nas prateleiras do supermercado.
Descobri, logo no início do curso, que o aroma que eu aprendi a valorizar era, nada mais nada menos que um belo defeito.
O que é um bom azeite? Pensei que soubesse...
Descobri um universo muito mais complexo do que imaginava. E difícil! Se fosse um curso para sommelier de goiabadas, tiraria de letra. Afinal, passei minha infância subindo em goiabeiras, envolvida por aqueles aromas, sabores, cores, texturas, sentimento, pensamentos, amores,...Mas, a primeira oliveira que vi foi um bonsai que comprei quando tinha uns quarenta anos... Nunca senti o cheiro de uma azeitona verde e fresca, nunca passeei por cima delas quando maduras e fermentadas no chão de um oliveiral, nunca vi uma colheita...Bem, já deu para sentir que, para mim, brasileira sem a menor cultura "azeitonística", vou ter que me desdobrar para saber o que é um azeite de qualidade.

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